As vendas de títulos públicos a pessoas físicas pela internet somaram R$ 3,659 bilhões em agosto, divulgou nesta terça-feira (26) o Tesouro Nacional. O valor subiu 2,4% em relação a julho, mas caiu 4,6% em relação a agosto do ano passado.
O recorde mensal histórico do Tesouro Direto ocorreu em março, quando as vendas somaram R$ 6,842 bilhões.
Os títulos mais procurados pelos investidores em agosto foram os corrigidos pela Selic (juros básicos da economia), cuja participação nas vendas atingiu 66,2%. Os títulos vinculados à inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA) corresponderam a 17,9% do total, enquanto os prefixados, com juros definidos no momento da emissão, foram 11,8%.
Destinados ao financiamento de aposentadorias, o Tesouro Renda+, lançado no início do ano, respondeu por 3,1% das vendas. No primeiro mês de comercialização, o novo título Tesouro Educa+, que pretende financiar uma poupança para o ensino superior, atraiu apenas 0,9% das vendas.
O interesse por papéis vinculados aos juros básicos é justificado pelo alto nível da Taxa Selic. Em agosto de 2021, o Banco Central (BC) começou a elevar a Selic. A taxa, que estava em 2% ao ano, no menor nível da história, ficou em 13,75% ao ano entre agosto de 2022 e agosto deste ano. Mesmo com as quedas recentes nos juros básicos, atualmente em 12,75% ao ano, as taxas continuam atrativas.
O estoque total do Tesouro Direto superou o nível de R$ 120 bilhões pela primeira vez. No fim de agosto, o volume de títulos associados ao programa somava R$ 121,611 bilhões, aumento de 1,35% em relação ao mês anterior (R$ 119,986 bilhões) e de 23,8% em relação a agosto do ano passado (R$ 98,23 bilhões). Essa alta ocorreu porque as vendas superaram os resgates em R$ 607,9 milhões no mês passado.
Investidores
Em relação ao número de investidores, 468,9 mil novos participantes se cadastraram no programa no mês passado. O número total de investidores atingiu 25.475.824. Nos últimos 12 meses, o número de investidores acumula alta de 23,3%. O total de investidores ativos (com operações em aberto) chegou a 2.373.706, aumento de 14,7% em 12 meses.
A utilização do Tesouro Direto por pequenos investidores pode ser observada pelo considerável número de vendas de até R$ 5 mil, que correspondeu a 85,2% do total de 687.707 operações de vendas ocorridas em agosto. Só as aplicações de até R$ 1 mil representaram 65,5%. O valor médio por operação atingiu R$ 5.320,86.
Os investidores estão preferindo papéis de médio prazo. As vendas de títulos com prazo entre 1 e 5 anos representaram 38%; e aquelas com prazo entre 5 e 10 anos, 46,7% do total. Os papéis de mais de dez anos de prazo representaram 15,3% das vendas.
O balanço completo do Tesouro Direto está disponível na página do Tesouro Transparente.
Captação de recursos
O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para popularizar esse tipo de aplicação e permitir que pessoas físicas pudessem adquirir títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional, via internet, sem intermediação de agentes financeiros.
O aplicador só precisa pagar uma taxa semestral para a B3, a bolsa de valores brasileira, que tem a custódia dos títulos. Mais informações podem ser obtidas no site do Tesouro Direto.
A venda de títulos é uma das formas que o governo tem de captar recursos para pagar dívidas e honrar compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor com um adicional que pode variar de acordo com a Selic, índices de inflação, câmbio ou uma taxa definida antecipadamente no caso dos papéis pré-fixados.
Agência Brasil