Desde o dia 7 de outubro, o conflito no Oriente Médio já tirou a vida de 36 jornalistas ou profissionais da imprensa. Desses, 31 são de origem palestina, quatro israelenses e um libanês. Outros oito jornalistas foram feridos, três estão desaparecidos e oito foram presos.
O levantamento preliminar foi divulgado nesta segunda-feira (6) pelo Comitê de Proteção de Jornalistas (CPJ), organização não governamental (ONG) que atua em defesa da liberdade de imprensa no mundo, com sede em Nova York.
“O CPJ está investigando todos os relatos de jornalistas e trabalhadores da mídia mortos, feridos ou desaparecidos na guerra, incluindo aqueles feridos quando as hostilidades se espalharam pelo vizinho Líbano”, informou a organização.
O Comitê de Proteção de Jornalistas disse que a lista está sendo atualizada regularmente e que segue apurando “numerosos relatos de outros jornalistas mortos, desaparecidos, detidos, feridos ou ameaçados”, o que pode aumentar, ainda mais, esse número de 36 profissionais de mídia assassinados.
O último jornalista morto incluído na lista da CPJ é Mohammed Abu Hatab, ex-funcionário da Palestina TV, financiada pela Autoridade Palestina. Abu Hatab foi morto junto com 11 membros da sua família em um ataque aéreo israelense em sua casa em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.
“Os que estão em Gaza, em particular, pagaram, e continuam a pagar, um preço sem precedentes, e enfrentam ameaças exponenciais. Muitos perderam colegas, familiares e instalações de mídia e fugiram em busca de segurança quando não há porto ou saída segura”, afirmou Sherif Mansour, coordenador do programa CPJ para o Oriente Médio e Norte da África.
Crimes de guerra
Na semana passada, a ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF) apresentou uma denúncia ao Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra cometidos contra jornalistas palestinos, em Gaza, e contra um jornalista israelense que cobria o ataque do Hamas às comunidades de Israel. “O documento também faz menção à destruição intencional, total ou parcial, das instalações de mais de 50 meios de comunicação em Gaza”, disse o RSF.
“A escala, a gravidade e a recorrência dos crimes internacionais contra jornalistas, sobretudo em Gaza, exigem uma investigação prioritária por parte do procurador do TPI. Desde 2018 fazemos apelo ao tribunal. Os atuais acontecimentos trágicos demonstram a extrema urgência de sua mobilização”, afirmou Christophe Deloire, secretária-geral da RSF.
Esta é a terceira queixa apresentada pela RSF ao TPI por crimes de guerra cometidos contra jornalistas palestinos na Faixa de Gaza. A primeira queixa foi apresentada em maio de 2018, referente a jornalistas mortos ou feridos durante a Marcha do Grande Retorno, em Gaza. A segunda queixa foi apresentada em maio de 2021, após as forças israelenses bombardearem cerca de 20 meios de comunicação na Faixa de Gaza.
Agência Brasil