O 30ª Prêmio Jovem Cientista terá como tema Conectividade e Inclusão Digital. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (18), em Brasília, pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a principal apoiadora do prêmio, a Fundação Roberto Marinho.
As inscrições serão abertas no primeiro semestre de 2024. De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, as linhas de pesquisa serão divulgadas em breve.
A cerimônia de lançamento desta edição da premiação ocorreu durante 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, no centro da capital federal..
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, compreende que a escolha do tema foi acertada. “Ampliar a conectividade e assegurar a inclusão digital da população brasileira são passos decisivos para o combate à desigualdade, para a inclusão social, para o país avançar na transformação digital. A educação digital, o letramento digital, tudo que seja inclusão digital diminuirá o abismo da desigualdade, que já é muito grande.”
Luciana Santos defende que a inclusão digital diminui o abismo da desigualdade- Diego Galba (ASCOM/MCTI)
Em 2024, o Prêmio Jovem Cientista terá cinco categorias premiadas: Estudante do Ensino Médio; Estudante do Ensino Superior; Mestre e Doutor; Mérito Institucional; e Mérito Científico. Nesta última categoria, receberá homenagem a pesquisadora ou o pesquisador que tenha se destacado na área relacionada ao tema da edição.
O presidente do CNPq, o físico e engenheiro Ricardo Galvão, disse que a premiação reconhece cientistas de todos os tamanhos. “Não é só o cientista top, que está na linha de frente, que vai ser premiado. [O prêmio] começa desde o estudante do ensino médio, da graduação, àquele que ousa e quer fazer alguma coisa, além do livro que ele lê todos os dias. É para aquele que procura novos conhecimentos e não tem medo de errar.”
“Não vamos ter um desenvolvimento sustentável, socialmente justo e econômico, sem políticas públicas fortemente baseadas na ciência e na tecnologia. Para isso, é necessário o cidadão comum, não somente o cientista e o professor universitário, ter uma compreensão da relevância da ciência”, reforçou o presidente do CNPq.
Presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico ressalta que premiação reconhece cientistas de diversas fases – Diego Galba (ASCOM/MCTI)
Com a escolha dos premiados em cada edição, a organização do Prêmio Jovem Cientista tem o objetivo de reconhecer talentos, impulsionar a pesquisa científica e, igualmente, investir em estudantes e jovens pesquisadores que procuram inovar na solução dos desafios da sociedade.
A presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), vinculada ao Ministério da Educação, Mercedes Bustamante, defendeu que é preciso incentivar jovens para a carreira científica. “A gente percebe a necessidade de formação dessa nova geração de pesquisadores brasileiros, para que entendam que a carreira científica é uma contribuição essencial para um desenvolvimento soberano, sustentável, justo e equitativo para o Brasil.”
João Alegria, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, convidada pelo CNPq para articular o prêmio, afirmou que a ciência já está no cotidiano das comunidades e que o Prêmio Jovem Cientista contribui para aproximar essas realidades. “Que a gente aproveite essa jornada para compartilhar método de processos da ciência, para inspirar pessoas e que elas entendam o valor da ciência do conhecimento. É muito bom a gente demonstrar como produção de conhecimento está próxima à vida das pessoas e transforma a sociedade”.
Cientistas
O evento de lançamento do Prêmio Jovem Cientista contou a presença de diversos pesquisadores, representantes das sociedades científicas e da sociedade civil. Entre os convidados, o professor da Universidade de Brasília (UnB), Gilberto Lacerda, agraciado na categoria de Graduação, na edição de 2001, testemunhou sobre os legados da premiação.
Para o pesquisador, além de reconhecer a excelência da produção de conhecimento científico, o que mais importa é a divulgação desses trabalhos para que não se percam e deixem de ser úteis à sociedade. “É muito importante a divulgação. Há teses de doutorado que são geniais, mas, podem ficar para sempre em cima da mesa. Na época da minha premiação, desenvolveram todo um aparato de divulgação e foi isso que permitiu que a pesquisa viajasse a outros países: Estados Unidos, França, Canadá, Áustria”, recorda-se Gilberto Lacerda.
Jaqueline Goes, biomédica da equipe que fez o primeiro sequenciamento do genoma do novo coronavírus, vê o Prêmio Jovem Cientista como uma excelente oportunidade de incentivar o trabalho dos cientistas. “A gente vem de um período recente em que a ciência foi completamente deixada de lado, desprestigiada em seus feitos e, principalmente, atacada. Então, a retomada do prêmio, sem dúvidas, é a retomada da ciência. De fato, é o comprometimento que a gente vê dentro da nova gestão [federal], com o reconhecimento dos cientistas”.
“Quando divulgamos à sociedade o prêmio e os cientistas vencedores, também estamos divulgando a ciência e fomentando essa curiosidade, essa possibilidade de jovens acessarem esse conhecimento e, assim, se inspirarem para participarem das novas gerações de cientistas”, prevê a pesquisadora Jaqueline Goes de Jesus.
Cientista Jaqueline Goes de Jesus na cerimônia de Lançamento do Prêmio Jovem Cientista – Rodrigo Cabral (ASCOM/MCTI)
Prêmio Jovem Cientista
O Prêmio Jovem Cientista foi instituído em 1981 pelo CNPq, com a parceria da Fundação Roberto Marinho. A premiação é considerada um dos mais importantes reconhecimentos aos cientistas brasileiros.
Nestes 42 anos de existência, a premiação reconheceu 194 pesquisadores e estudantes, além de 21 instituições de ensino médio e superior, nas 29 edições anteriores. A última ocorreu em 2019.
Agência Brasil