Embora já tivesse se identificado publicamente como lésbica, Eller, que tinha 36 anos, já tinha expressado opiniões controversas em suas postagens, frequentemente criticando o que classifica como “vitimismo” no movimento LGBTQIAP+. Em um de seus vídeos, ela afirmou: “Não é porque um gay morreu assassinado que é homofobia.”
Um aspecto que chama atenção é a sua amizade com Jair Renan, conhecido como o filho “04” do ex-presidente Jair Bolsonaro. Karol Eller foi vista em várias ocasiões ao lado de membros da família Bolsonaro, bem como de ex-ministros do governo, incluindo Paulo Guedes e Damares Alves.
Em um vídeo de campanha do ex-presidente, ela defendeu que Jair Bolsonaro não é homofóbico, destacando a oposição compartilhada com relação à militância do movimento LGBTQIAP+ que promove a ideologia de gênero e a sexualização de crianças. Segundo Eller, “Sexualidade não define ninguém, o caráter sim.”
Em dezembro de 2019, pouco após ser nomeada para um cargo comissionado na Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Karol Eller foi vítima de um ataque na Praia da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro. O incidente gerou manifestações de solidariedade tanto de organizações defensoras dos direitos LGBTQIAP+ quanto de apoiadores do ex-presidente.
Contudo, antes de sua associação com a família Bolsonaro, Eller já havia gerado controvérsia nas redes sociais devido a seus comentários críticos em relação à comunidade LGBTQIAP+. Em junho de 2016, publicou um vídeo em seu canal expressando desagrado em relação à decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos que legalizou o casamento homoafetivo. Ela apelou para o respeito pelos sentimentos da comunidade, declarando: “Nós, gays, temos um coração. Nós não somos animais, somos humanos, pessoas civilizadas, e temos que aprender a respeitar o próximo. Eu só quero respeito.”
Em agosto, ela publicou em sua conta no Instagram que tinha se convertido ao cristianismo e, na igreja evangélica, iria deixar de ser lésbica, abandonando “as práticas homoafetivas”.
No início do ano, a blogueira foi exonerada do cargo que ocupava na Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). Ela esteve presente no ataque à Praça dos Três Poderes, em Brasília, e publicou vídeos nas redes sociais em que participava e convocava seguidores para o movimento antidemocrático.
“Em quase todas as minhas transmissões ao vivo, tenho deixado claro que sou contra qualquer tipo de manifestação que vá além dos limites da Constituição”, escreveu Eller na época.
A decisão foi tomada por Roni Baksys, diretor-geral da empresa. De acordo com o último balanço divulgado, Karol Eller recebia um salário de R$ 10.721,79 por uma jornada de 40 horas semanais e estava trabalhando no Rio de Janeiro.
Após ser demitida, Eller afirmou que estava sendo perseguida e atacada “pela esquerda”, que erroneamente associou seu nome ao vandalismo do ato. “Estão procurando culpados, mas cabe a cada um de nós apresentar provas, pois fatos não podem ser contestados, de que nossa intenção era participar de uma manifestação pacífica, conforme assegura a constituição”, escreveu em suas redes sociais.