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As atividades do dia de Nossa Senhora na cidade de Aparecida não registraram incidentes nesta quinta-feira (12). Um ano após agressões e confusões causadas por militantes bolsonaristas na cerimônia, as missas e celebrações realizadas desde cedo foram pautadas apenas por manifestações de fé.
Em 2022, apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) causaram confusão no Santuário Nacional, que fica no município paulista. Eles hostilizaram uma equipe de reportagem da TV Aparecida, emissora católica responsável pela transmissão do evento, enquanto aguardavam a chegada do ex-presidente.
Os aliados de Bolsonaro estavam agressivos e consumindo bebida alcoólica no local. Na Basílica, à tarde, o padre Eduardo Ribeiro chegou a pedir silêncio, diante das vaias e aplausos dirigidas ao então candidato.
Nesta quinta, ao contrário do ano passado, o caráter religioso e de celebração coletiva marcou o dia. Na Santa Missa das 9 horas da manhã, celebração Solene da Festa da Padroeira, o arcebispo da Arquidiocese, Dom Orlando Brandes, comparou a Via Dutra, rodovia que dá acesso à cidade, a uma imensa catequese a céu aberto e falou sobre justiça social e diversidade.
“Santidade é uma vocação para todas as pessoas, com poder universal. Há santidade fora da igreja, porque o Espírito Santo age em todas as religiões, em todas as culturas, portanto, santidade existe no mundo inteiro”, disse ele. Dom Orlando Brandes ressaltou a vocação do povo brasileiro para a justiça e a paz em todo o mundo.
Papa
No dia em que o país celebra a padroeira nacional, o papa Francisco enviou uma mensagem ao Brasil e relembrou de sua visita à Aparecida. “É a festa de Nossa Senhora Aparecida. Levo ela em meu coração. Me recordo dessa cidade e da Virgem. Que ela nos abençoe muito, a vocês e a todo o povo do Brasil. Rezo por vocês e lhes mando as minhas bênçãos e, por favor, rezem por mim.”
As atividades desta quinta também incluíram uma missa em homenagem às crianças, presidida pelo Missionário Redentorista, Padre João Batista. Na celebração, ele ressaltou a necessidade de garantias dos direitos dessa população.
“É preciso que a criança tenha possibilidade de sonhar, mas para isso ela precisa comer, morar, ir à escola, ter uma família, não importa que tipo de família que ela tem, se é pai e mãe, se é só pai, se é só mãe, se é pai e mãe emprestado, não tem problema, a família é o porto seguro da criança.”