De acordo com a Polícia Federal (PF), as associações de servidores baianos que deram origem às supostas carteiras falsas de crédito consignado que teriam sido geradas na Bahia e repassadas pelo Banco Master ao BRB (Banco de Brasília) informaram à Receita Federal o telefone e o e-mail do grupo empresarial do baiano Augusto Lima, ex-sócio de Daniel Vorcaro no Banco Master.
Segundo informações da coluna do Fábio Zanini na Folha de S. Paulo, o e-mail “contabilidade@grupoterrafirme.com.br” foi um dos fatores utilizados pela PF para sustentar a suspeita de que Lima estaria por trás das duas associações da Bahia envolvidas no esquema bilionário de crédito.
A representação da PF aponta: “As associações Asteba e Asseba informaram à Receita Federal, como e-mail de contato, o endereço eletrônico ‘contabilidade@grupoterrafirme.com.br’, que é o mesmo endereço de correio eletrônico da empresa Terra Firme da Bahia Ltda […], de propriedade exclusiva de Augusto Lima. A Asseba e a Terra Firme ainda compartilham o mesmo telefone de contato, perante a Receita Federal”.
As entidades em questão são a Associação dos Servidores Técnico-Administrativos e Afins do Estado da Bahia (Asteba) e a Associação dos Servidores da Saúde e Afins da Administração Direta do Estado da Bahia (Asseba), que foram alvo de busca e apreensão na Operação Complience Zero, que levou à prisão temporária de Lima e Vorcaro em 18 de novembro.
O Ministério Público Federal (MPF) identificou que os descontos realizados nos contracheques estaduais por estas associações são referentes a mensalidades e serviços associativos de baixo valor. Esses valores, segundo o MPF, jamais poderiam ter gerado os R$ 6,7 bilhões em carteiras de empréstimos consignados, além de R$ 5,5 bilhões em prêmios.
Instituto com o mesmo nome
A empresa Terra Firme de Lima também batiza o Instituto Terra Firme, presidido por sua esposa, a ex-deputada federal e ex-ministra Flávia Peres. O instituto, no entanto, alega que o objeto social e as ações do grupo empresarial e da ONG são totalmente diferentes.
A defesa de Lima afirmou que a apuração demonstrará a “absoluta inexistência de vínculo” entre o empresário e as operações investigadas. Os advogados acrescentam que Lima já havia se desligado do Master, possui histórico ilibado e sempre agiu com legalidade e transparência.








