O ex-governador Ciro Gomes (PDT) indicou que pode rever a decisão de se afastar das disputas eleitorais, anunciada após a eleição presidencial de 2022. Ciro afirmou que atualmente não é candidato a nenhum cargo, mas reconheceu que pode “ser tudo”.
A declaração ocorre em meio a movimentações internas no PDT, que rompeu oficialmente com a base do governo Lula na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (6). A insatisfação foi provocada pela saída de Carlos Lupi do comando do Ministério da Previdência, vista pela bancada como desrespeitosa por parte do Palácio do Planalto.
Nos bastidores, Ciro tem criticado a polarização entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele defende que o PDT se posicione em favor de um projeto alternativo para o país, distante tanto do petismo quanto do bolsonarismo.
Apesar do distanciamento da base aliada, o presidente nacional do PDT, André Figueiredo, afirmou à CNN que ainda não há discussões sobre a posição do partido para a eleição presidencial de 2026. “Esse assunto ainda não está sendo discutido. Hoje, temos o ministro da Previdência Social do governo Lula”, disse.
O bom desempenho de Ciro em simulações recentes de intenção de voto, como a última pesquisa Datafolha, reacendeu o debate sobre sua eventual candidatura. No cenário sem Lula e Bolsonaro, ele aparece na liderança, à frente de Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos). Já em cenários com Lula, Ciro figura em terceiro lugar, o que, segundo dirigentes do PDT, indica espaço para uma candidatura de terceira via.
Em 2022, Ciro foi o candidato do PDT ao Planalto e terminou a disputa em quarto lugar, com 3% dos votos válidos. No segundo turno, a legenda declarou apoio à candidatura de Lula.